Quão capazes de abalar
São esses pensamentos teus?
Que promessas de melhor
Darão teus olhos aos meus?
Crueis, insanes de tão belos,
Aos meus olhos não dão nada!
Mas o teu peito e os teus braços,
Logo assumirão os traços
De uma leve e fria espada.
E assim trais qualquer um
Que primeiro olhe teu corpo:
Gentil, frágil, com desdém...
Mas o que mais me enraivece
É que a culpa é de ninguém!
Mas,
Se desse corpo, perfeição,
Fosse feita a tua alma,
Se à carne perdoasse
As “virtudes” de outrora,
Imaginar não conseguia...
O que seria, se um dia,
Tu soubesses de poesia!
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2 comments:
bonito...
Gosto mas... o Bocage é ligeiramente melhor:
Lá quando em mim perder a humanidade
Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:
Não quero funeral comunidade,
que engrole sub-venites em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:
Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:
"Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
Passou a vida folgada, e milagrosa:
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro
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