O SORRISO É O MEU.
Dias bons e pela primeira vez nada do que tenho para fazer me faz sentir ansioso.
O amor e a felicidade são apáticos e dão-me paz.
Pessoas desconhecidas reflectidas numa janela do metro e eu não penso em nada.
Viro a cabeça uns noventa graus e vejo um sorriso também desconhecido, até hoje.
Noventa graus em direcção à janela que reflecte a realidade. E o sorriso é o meu.
A sensação é semelhante à de quando comemos demais. Satisfeitos e sem vontade de pensar muito ou de tomar grandes acções. Mas felizes e não arrependidos de termos comido de mais.
É tarde e ainda não cheguei a casa. Por mim tínhamos ido para a praia à noite.
Tínhamos ido saltar do ar mais alto para cair no chão mais macio onde te podia abraçar. Quietos.
Como hoje quando não vimos as horas, de certo já avançadas, só para não quebrar a magia dessa manhã que durou até meio da tarde. A tarde durou até há bocado mas estranhamente está tão escuro. A noite vai começar e vai estar o sol a sorrir. Assim o tempo que espero de novo para te ver vai durar menos. E mesmo que dure um pouco mais... não me importa. Sei-te bem e com a sensação de quem comeu de mais. Também.
Hoje gosto-te mais que nunca e não foi preciso dizeres que me amas.
Hoje até a mim me gosto mais que o normal. Olho-me ao espelho e acho-me bonito.
Bocejo como reflexo dos dias cheios que tenho tido e agradeço-me por ser capaz de amar alguém.
Vou abraçar o meu sorriso e deixar-me dormir.
Amanhã abraço o teu.
Amo-te.
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