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Monday, December 24, 2007

ESPELHO

Quero respirar sem que o espelho se embacie.
Que quando passe a minha mão pelo vidro não te tenha que ver a ti.
Somos parecidos, mesmo.
Gostava muito que saltasses para este lado, que viesses do longe em que estás.
Que me desses as mãos, que confiasses em mim ao ponto de saberes que te iria fazer feliz.

Ouvi dizer que ultimamente andas de mão dada com a melancolia.
Sabes?... O meu nome é mais fácil de dizer e por vezes consigo ser como ela.
Juro que sim.

Vivi de ti o mínimo que pensei que poderia viver.
E como gostei de te viver. De viver o teu espaço
E percorrer a superfície da planície que és,
Mesmo que por poucos minutos...

É horrível, o mínimo.
Tem o mesmo número de sílabas que o meu nome e tenho medo de me parecer com ele.
Juro que sim.

Há dois meses que não te vejo.
Hoje vi-te no espelho onde escrevo.
Não saltaste para cá. Não te mexeste sequer...

... mas caíste-me em cima.

Tuesday, November 20, 2007

TERRAÇO

Ontem era noite e chovia.

(Embala-me, chuva)

Não consegui adormecer.
Senti receio. Senti-me estranho.
Alterei a luz ao espaço
Mas não vi nada diferente.

E depois, só depois me apercebi
Que a chuva que ouvia era mais ali.
Sim, era chuva.
Mas no meu quarto. No meu espaço.
Chovia na minha cama.

Chovia em mim...
Explica-me como.
Como houve tanta tempestade em ti
para me teres ao teu lado,
E agora ser em mim que a chuva cai!

Serão simbólicos os dias cinzentos que se mostram
Desde o dia em que te foste?
Assim como as pingas que me gelam a cama?
Leito molhado mas não de ti,
Gelado como quem lhe falta quem se ama?

Moeda estranha esta,
Que parece ter mais que dois lados.
A minha cara, a tua coroa
E um terceiro, inesperado...

Luta na tua batalha que é mais antiga,
Que eu nem sei se a nossa começou.

Pois.
É engraçado como
Nunca te cheguei a perguntar se querias namorar comigo.

...

Mas desta vez, mais alto,
Vou reconstruir o meu terraço.

Depois, bem lá em cima,
Seco a cama, os lençois
E seco-me a mim.

Tuesday, November 13, 2007

Gotas de Alma

Teaser da curta-metragem com a minha banda sonora







... a estrear algures no inicio do ano.

Que hajam muitos...

(Crítica ao concerto de Telheiras: http://www.clubepf.blogspot.com/)


"G. and the Storytellers

Fique o pessoal a saber que, quem ontem não esteve ao fim da tarde no parque de Telheiras, perdeu uma excelente oportunidade de conhecer um projecto musical de refinado bom gosto e de passar uma boa hora de interessante experiência espiritual (cultura é sobretudo espírito, não é?).
G. and the Storytellers começa por ser um nome engraçado e quase original (já houve G. Love and the Special Sauce) para uma ideia, um desígnio cultural, em que todos parece poderem sair a ganhar. É claro que Gonçalo Abrantes, o compositor e líder vocal, é a referência central, aliás brilhante, do som mostrado. Só que o seu potencial estético precisa da força multi-instrumental que o Simão Martins e o João Francisco lhe podem trazer, assim diminuindo o risco de se tornar um puro projecto romântico, zona perigosa, pela ameaça de banalidade, que o Gonçalo quase ultrapassa quando está nas suas baladas a solo.
Se a experiência decisiva que fica é ouvir a magnífica voz do Gonçalo (é verdade que com evidentes pontos de contacto com a voz universalmente admirada, por maravilhosa, de Antony), que é uma boa revelação escutar alguns dos seus belos arranjos e a sua inegável capacidade composicional, interessa-nos também testemunhar que os dois ex-Skizz estão já num registo de outra maturidade, idealmente ambos a caminho de ainda melhor, ao partilharem a condução criativa do projecto, trazendo-o talvez para um registo mais rítmico, mais Pop e menos crooner, para utilizar um palavrão de gíria. Não faltam referências úteis para uma possível inspiração do som futuro. Ocorrem-me quatro: Pulp, Blur, Prefab Sprout e Dead Combo.


Mas que o som que já existe é bonito, sedutor e fortemente encorajador, lá isso é!"

Publicada por Vítor Reis M em Domingo, Novembro 11, 2007

Thursday, November 01, 2007

Não escrevendo há algum tempo, deu-me uma enorme vontade de o fazer.
Mas não sei muito bem o quê. Parece-me não saber o que dizer...
De qualquer forma, escrevo que não sei o que deva escrever.
E assim escrevo qualquer coisa.

Está escrito.
Mas não aliviado.

Wednesday, October 10, 2007

Os patamares em que colocamos os outros,
Não têm pilares suficientemente fortes
Para aguentar a incerteza do nosso destino.

Portanto não olhes de baixo.

Monday, September 24, 2007




estou em manutenção.









(and...




down.)

Friday, September 14, 2007

BLUE ENVELOPE

I just can’t stop looking at my cell phone
Wait for that little envelope,
The message alert
Did I screw it up just by saying I wanted to know you better?

Antony’s singing to me now
Strange, his voice can bring me up
His devotion can make me smile
And you’re so in these sounds
"Intense", she’s the boy in my room
As you. Are you?


I have a friend like dying on the phone
And still I can’t help thinking you’re alone
And are you? Come here, let me see
Is there surrendering to me?

Antony’s singing to me now
Strange, his voice can bring me up
His devotion can make me smile
And you’re so in these sounds
"Intense", she’s the boy in my room
As you. Are you?

Oh and here you are
Oh and there I will be
I don’t remember, I can’t remember your voice
But it’s beautiful, it’s beautiful

I love someone I don’t know
And that someone,
Well… it may be you.

Thursday, September 13, 2007

MÚSCULO

És mar. És mar com cio de me levar.
De me levar para onde o fascínio não conhece o tempo.
E onde o tempo não tem medo de se atrasar.

Mas até lá...
Não consigo deixar de olhar para o ecrã do telemóvel.
Não consigo deixar de ansiar o toque de mensagem.
Não consigo deixar de pensar se a última coisa que disse foi certa...
Porque não me deixas pensar.

Quando olho para o ecrã do telemóvel o coração pára.
Quando oiço o toque da mensagem o coração acelera.
Quando leio o que me escreves e sinto que me entendes...
O coração salta-me da boca.

Então ele é grande e anseia.
(o coração pára.)
Eu falo-lhe de ti...
(o coração acelera.)
Está maior que nunca.
(o coração salta-me da boca.)
E poderá estar mais.

Sabes porquê?
Porque quando se exercita um músculo, ele cresce.

O coração...

Ele está entre os meus pulmões,
Entre o ar que respiro.
E sei que contigo ele é maior.

É que... quando te aproximas...
... não consigo respirar muito bem.

:)

Monday, September 03, 2007

"The Salmon Dance" - The Chemical Brothers



Grande vídeo.
Como será que dança um salmão? ...
Hm...

Tuesday, August 28, 2007

Dois Mil e Sete

Nestes momentos, difusos,
Não vejo um início
Não imagino um fim.
Nestes momentos, confusos,
Eu tenho tido saudades de mim.

Portanto, meu melhor amigo,
Vamos fazer assim:

"Começamos do zero",
Como se costuma dizer.
Eu, melhor amigo,
Com vontade de viver, de querer...

É o que quero.

Sim.

Começar do zero.

Monday, July 02, 2007

THE BOY WITH
MANY FACES



You have that face of the tortured
And ever so deep within your eyes.
The dumb down eyed candy
The obscene demon I despise.
You face my best and my worst
You face the faith I hold on you
You have a face for disappointment
And a face for feeling new
(You have a face for everything)
But you really don’t feel
Do you?

I want to kill you
‘Cause you did not break the silence
You did not break the glass
You did not grant the chance
To dance towards our past

I killed you…

You have that heart-rending face
Of “will you hug me if you please?”
The not knowing eyes
Of the burns you use to tease
You use that face to light me up
You use that face to tear me down
You face the facts with smiles
You face the love from thousand miles
You have a face for everything
But I really can’t tell
Can I?

I like you.
Why can’t this be beautiful?


You’re my shut-eyed ghost
I’m the wrinkles when you frown
Your presence lifts me up
And free-falls-me-down.


If your hands tremble or I’m able to hear you breathe
I know I’ll want rescue, but no alarm calls, please.

I killed you.
Why can’t this be beautiful?

Sunday, July 01, 2007

UNDERNEATH THE STRAW

I am hiding underneath the straw
I swim across that smell, breaststroke style
I reach the old door, grab the knob
I just don’t know what I’m looking for

A bar reaching down for me
Octopus, dogs, buzzing bees
Alcohol, drugs, breasts and all
I just don’t know what I’m looking for

Tearing the itchy straw apart
Still have some on my head
Need to reach a safe bed, a pillow
I’m hugging you now, my shadow

And I dream

Women sing promises upon vague melodies
Men singing regrets upon the most attractive seas
Women carry the future in the form of a seed
Men holding the feeling of security

A bar reaching down for me
Eaters, violent, curious beings
Alcohol, drugs, men and women
Let me hide underneath the straw
Sleep on that smell, apnoea style
I lie behind the door, destroying the knob


I just don’t know what I’m looking for.

Monday, May 28, 2007

Changing Screen


Soon they started walking
The cars passing up to 204
And they sat. Old ladys' eyes watching.
Smiley old eyes watching.


Soon they started talking
The wind passing up to 35
And they laugh. Old ladys' ears listening.
Atentive old years listening.


This boy and this girl
So strangely and seemingly close
Oh they looked like lovers
They looked like lovers to those eyes


Then they started taking it serious
Bout their life till their 20's
And they sigh, old ladys' senses awake.
Awaken sweet old lady senses


And I love him and want him, he said
But i'm doing fine.
Really, I am.


And just like lovers, again they sigh

Old ladys' face changed
Paling against the shade of her purse
Changed, not so sweet anymore, old ladys' face.

Thursday, May 24, 2007

DEUS?

No início era o Deus da chuva. Era o Deus do fogo. O Deus dos trovões.
O que era a chuva, o fogo e os trovões?
À medida que se foi descobrindo a razão de ser destes fenómenos, esses deuses desapareceram.
As coisas foram explicadas.
E não será o Deus único que a igreja nos fala, a soma de todas as coisas que ainda hoje não conseguimos explicar?

Toda a gente precisa de se sentir segura.
Todos precisamos de acreditar em alguma coisa para nos sentirmos bem.
E acabamos por depositar fé em coisas incertas.
Depositamos fé em algo que não conseguimos explicar.
Que tal depositarmos a nossa fé em coisas concretas e que precisem do nosso amor?
Pessoas? Objectos? Animais? Causas?
Não seria o mundo melhor?

Será DEUS salvação?

Tuesday, May 01, 2007

CONFUSIONÁRIO

ainda te amo.

"confusionário" poderá ser o que se entender deste texto. mas basicamente será uma confissão de alguém confuso. e é como num reality show. não sei quem a irá ler ou quem está desse lado a julgar o que digo. é algo forte o que vou deixar aqui escrito. Escrevo porque não to consigo dizer. Se por acaso leres isto é porque aqui tropeçaste e acabaste por forçar a minha coragem a sair porque, de alguma forma, estou a dizê-lo.

ainda te amo.

é tão frustrante saber que aquilo que andei à procura depois de estar contigo eras tu.
eras tu, outra vez. a questão é que eu não sabia o que era o amor. pensava que precisava de novas experiencias, de novos corpos, de novas aventuras. e se calhar precisava mesmo. e tive tudo isso, de forma moderada. até perceber que nada é capaz de trocar o que nós tivemos juntos. olho-te agora feliz e invejo-te. eu não sabia o que era o amor e ainda bem que deixei de ser teu para o poder descobrir. amor é uma forma mais intensa e bela da amizade. é quando o que vivemos durante a paixão deixou marcas intensas e recordações profundas que nos deixarão sempre ligados a essa pessoa. sabendo que a amamos e que ela nos ama a nós. e é isso que sinto por ti. portanto eu sei que te amo.

ainda te amo.

hoje abracei-te e senti o meu coração no bolso direito do teu casaco. era o teu casaco e o coração era o meu. por muita confusão que me faça nesta altura, eu estava a entregar-to. depois sorris-te e eu descolei-o de ti. Os corpos que tive, tão diferentes do teu, não passaram disso. Corpos. Carne. Foste a pessoa que sei que mais me amou. E eu sei que sou a pessoa que mais te ama. eu não estava a brincar quando disse que eras a pessoa mais importante da minha vida. eu não estava a brincar quando te disse que te amava. quando te toquei pela primeira vez. quando estreei a maravilhosa sensação de prazer ao teu lado. sabes... nota-se bem quando eu brinco. nota-se. nessas alturas só me falta um nariz de palhaço e as pessoas riem muito. mas nessa altura não. não estava mesmo a brincar.

ainda te amo.

e agora... agora não sei o que fazer. sei que tomei uma decisão tão corajosa como a de acabar contigo há uns tempos atrás. pensei "sou tão novo". pensei "preciso tanto de ter novas experiencias"; "experiencias que o meu corpo pede que nunca consegui ter.". e lá fui eu. tê-las. deixei-te agarrada ao teu coração de anjo. mas é óbvio que foi tão difícil. não foi por acaso que chorei mais que tu. eu na altura não tive essa percepção. mas chorei muito porque no fundo sabia que te amava muito. e que ia continuar a amar. o problema é que ainda não tinha crescido o que (mesmo assim pouco) cresci até hoje. portanto ia deixar algo precioso para começar uma aventura que precisava de ser pisada por mim. e a verdade é que não sentia menos do que sempre senti por ti. por isso é que chorei mais que tu.

ainda te amo.

agora doi-me saber que mesmo que eu queira tu não voltas para mim. porque já o disseste uma vez. não voltas a entrar no meu mundo. e tu és tão linda. tão boa pessoa. não mereces o meu mundo, não mereces os meus desejos mais obscuros, não mereces o que eu te possa fazer passar. por isso não tenho coragem de te voltar a enfrentar. de te fazer perceber tudo pelo que estou a passar. de te fazer perceber como posso voltar a sentir paixão no momento em que me possas tocar outra vez. o que será que me puxa mais a ti nesta altura? o meu cansaço? o facto de me aperceber como a maior parte das pessoas que conheço são desinteressantes? o facto de ficar deprimido ao olhar para as pessoas que passam por mim na rua?

ainda te amo.

tu passas e tens uma aura. tu és especial. é mau só agora me aperceber do quanto eu continuo e sempre continuei a gostar de ti. "quem não vê é como quem não sente." certo? agora vejo. e agora sinto. sinto-te. olho para ti e quero dar-te a mão. nem que seja só isso. durante uma hora. dar-te a mão. olhar para ti sem dizer nada. tenho orgulho em quem és e nunca te deverás sentir insegura. eu se soubesse ser a pessoa mais importante na vida de alguém... não seria inseguro. tu mostraste-me como eu devia olhar para mim mesmo. mostraste-me que ser aquilo que sou pode não ser mau. podem-se encarar as coisas de forma positiva. tu ensinaste-me a viver mais que ninguém. ai, como eu

ainda te amo.

digo-te uma coisa: se algum dia sentires que alguém sente o que eu algum dia fui capaz de sentir por ti, envolve-te. apaixona-te. ama. constrói uma família. casa-te, até, se sentires que o deves fazer. ensina-lhe o que é amar e explica-lhe que não é paixão. explica-lhe que a paixão não dura e que, quando ele sentir que está a desaproximar-se de ti, será provavelmente o momento que mais gostam um do outro. explica-lhe que não terem mais a aprender um do outro é o estágio máximo do amor e não o deixes ir embora. faz tudo o que não percebi.

gostava que me amasses.

disseste-me hoje que não estás arrependida de tudo o que passámos juntos. já mo tinhas dito, sabias? eu também já to disse. não disse é que (apesar de não me arrepender de tudo ter acabo porque isso me mostrou o que realmente era o amor), gostava de te ter nos meus braços outra vez para, outra vez, nunca mais te arrependeres do que pudesse acontecer. mas não dava para dizer. estás tão crescida. tão adulta. tão extraordinariamente tu. e eu sou uma criança. a pedir colo. a pedir apoio para depois não saber o que vai acontecer...

gostava que me amasses.

a distância trouxe-te mais a mim. a distância crescente de mim para mim começa a magoar. a desconcentrar. a confundir. a traír. a fazer pensar. a fazer sentir... preciso de alguém que me agarre, que una os meus pontos que começam a descozer. quero ir visitar-te depois e passar um bom tempo contigo. queria ir visitar-te depois e beijar os teus lábios reluzentes de saudades.
para variar, a ironia acompanha-me. neste momento ouve-se a música "feeling good" aos berros no quarto da minha irmã. hm, é engraçado. bem, a música está distorcida de tão alto. menos mal. mais significativo. sinto-me bem mas distorcido. ou não me sinto bem?! não sei.

ainda me amas?

Monday, April 30, 2007

Vidrar Vel Til Loftarasa - Sigur Rós

Estive a rever este vídeo e... esta música...

Acho que não é preciso dizer nada.

Sunday, April 29, 2007

Introspecção 1:22

Gostava de conhecer.
Gostava de te conhecer.
Gostava.

Mas,
Para quê todo o conhecimento se depois de morrer possa não me servir de nada?
Porque não vegetar uma vida inteira em frente à televisao, a olhar para ontem?
Se vamos todos acabar por morrer?!...

É complicado pensar nestas coisas.

Mas gostava de conhecer na mesma.
É uma questão de equilíbrio interior.
De me sentir bem, estimulado, motivado, fascinado, envolvido.
De me sentir completo enquanto estou vivo.

Nunca me iria sentir completo a ver o Manuel Luís Goucha.


...


É uma merda nós sermos capazes de pensar.

Wednesday, April 18, 2007

Bending The Bond


Today everyone was starting a new book.
Everyone was feeling the fresh first page of a new story.
And there I was, feeling different, and pressing buttons for answers.
Cause I don’t have a marker. I don’t have a cover.
I don’t know the place where it’s supposed to end.

I feel this germ-free-air-conditioned solitude.
I don’t love you and I never did,
But I found comfort by knowing I’m laying my head
On the same pillow you did last night.
Wasn’t I worth going home and kiss you goodnight?

And I can’t seem to understand if I miss you
Or miss the feeling of wholeness when I’m with you.
I’m just sure of what I’m not right now.
And there’s no time for being sad.
Though, I know, through suffering I’ll let me grow.

And through suffering I’ll let you know
That I’d like you never sober, if you please.
I was hoping you’d see me straight but I give up.
I’ll focus. And I’ll do the same to you.
Cause life’s a bitch and so am I.

Just for you to understand,
This is a cold-hearted way
Of bending the bond to my side.

Oh and by the way…
You won’t find love if you keep looking for a soul between his legs.
Este sol que vejo há-de ser tão mais belo noutros lugares...

... e é o mesmo ...


O que faz tudo parecer tão possível...

Monday, April 16, 2007

As águas de veneza derramam-se sobre o sol
Através de uma janela gigante.
A luz cheira a minha pele de baunilha,
Aviões partem para onde gostava de ir.
Pus o teu perfume ainda há bocado.
Sinto o teu cheiro antigo e já esquecido.
Tenho algumas saudades tuas, sim...
Mas mesmo assim é das manhãs mais bonitas da minha vida.
Oiço música de sonhos, de paisagens.
Dialectos que parecem não existir.

"Agaetis Birjun"

E eu vou ter que voar daqui.

Casa.



(obrigado Carolina e Catarina, por terem tornado esta viagem inesquecível.)

Monday, April 02, 2007

TRANSLADAÇÃO


Quero expirar a minha alma
Em rodopios de pó branco
E passá-la para ti.

Agora sente como sinto,
Verás que não minto
E escreve sobre mim.

Encosta os teus olhos fechados aos meus.
Inspira e sente-me entrar em ti.
Desligo e morro do meu corpo
Para ver as coisas como nunca vi.

Escreve linhas ambíguas de significado turvo,
Escreve aquilo que só eu sei perceber,
Partilha os teus medos com o mundo,
Porque nem tu os saberás ler.

Escreve com as minhas palavras!
Sente o total do que eu sinto,
Enquanto me apago de mim...

Assim vou-te entender.
Assim o sentido será único.
Assim seremos eu.

...


Como quero ser impossível...
Entregar-te a minha alma por umas horas...
Dormir sem ela e deixar-te escrever...
O meu corpo dormente...

Sim, escreve a olhar para o meu sono.

Mas se nessa altura estou dentro de ti,
O que poderás ver tu em mim?

Devolve-me a alma, então,
Que a vou tentar explicar...

Monday, March 26, 2007

mas como (2)

Logo vi que o hino à alegria era curto.

Não me posso queixar do que me tem vindo a acontecer.
Mas o coração... esse não pára de levar tiros.
Se calhar é para ser mesmo assim.
Se calhar é para criar mais do que sei fazer.
Mais música, mais poesia... eu sei lá.
Só sei que não tenho sorte ao amor.

Vou tentar jogar um bocado.



("e tu não ficaste. não sei porquê")

Monday, March 19, 2007

Hino à Alegria

Estou feliz.
Quero escrever que estou feliz.
Mas não consigo escrever felicidade.
Escrevo "mas", escrevo "não".
A verdade é que nunca estive assim.
Estou bem.
Parece que tudo vai para onde me consigo sentir.

Parece até que as pessoas gostam mais de mim,
Quando sou eu que me gosto mais.

Sei que poderá vir até melhor
Sei que posso afastar os meus pés até agora pesados
Da superfície de um chão que nos atrai. Que nos trai.
Temos que deixar que o sonho se entranhe,
Que vá do cabelo aos pés
E que os mande levitar.

Mas rezo
E vou tentando perceber a quem.
Ao quê.
Rezo para que não chegue o que é para mim a perfeição.
Toda a minha vontade de fazer mais
Fazer melhor...
Desaparece. Deixo de ser eu.

Portanto agora estou feliz.
Melhor se cá estivesses tu.
Tu.
Tu que não sei quem és mas que sei que virás.
Dedico-te já a felicidade que descobri ser capaz de sentir.
Gosto-te.

Mas mesmo feliz sei que não deixo de ser eu.
O Gonçalo, a essência que de mim faz quem sou.
Prova disso é o que escrevo agora...

Um hino à alegria, com tonalidade menor.

Thursday, February 22, 2007

Ménage à trois. ou entao... quatre.


Hoje dormi com três mulheres:
A renite, a faringite e a febre.
De manhã quando acordei e vi que ainda lá estavam,
Fiz-me a um gajo, o antibiótico,
Para ver se percebiam que eu não queria nada com elas.

Monday, February 19, 2007

Gostava de conhecer todo o tipo de pessoas,
Todo o tipo de ideias,
Todo o tipo de costumes,
Todo o tipo de aventuras,
Todo os modos de vida de todos os lugares.
O meu sonho é conhecer.
Conhecer tudo o que me for possível.

E, se possível, o impossível também.

Friday, February 02, 2007

Hoje,
Gostava de ter aquela sensação de quando me encho de alegria
E me sinto uma criança...
Tão criança, tão inocente, que nem me apercebo do quão feliz estou.

Passar as mãos velozes na água do mar
E ver os pontos a brilhar. Na pele.
Pelos calções de banho. Na areia.
Pequenos reflexos de uma minúscula lua.
E a água do mar sabe-me bem.
Tenho frio mas não dou conta.

Tenho saudades.

Quero sentir o ar a correr-me pela cara
Arrefecer-me as orelhas e agitar as raízes do meu cabelo.
Sentir que a madeira tem magia.
E sentir frio nos dentes. O frio da manhã em que fui feliz.

Thursday, February 01, 2007

TO A DEAD. ONE.

"I find you with red tears in your eyes"

And:

You're dead till you raise your arm.
You're dead till you blink your eyes.
You're dead till your heart. Beats. And beats. Again
Near me.

So dead.
Away from me.

My heart loves.
In that sense. It loves.

Every day I dream this mortgage.
You. Lying. And frozen. And white.
So damn beautifully. Pale.
And it's just to take a sneak. Peek. To visit. You.
Every. Fucking. Day.
It's hard dealing with drugs. With you.

Know what?
I love you so. I loved you. So.
That I'm glad you're not breathing.

Because we were love.
I was slave.
You were blind.

And so you hate me.
You ate me. Good.
So. Good.

How do I taste.
You stupid. Silly. Childish.
Immature. Dim-witted. But. Still. Growing one?

Sorry the dots. Where they make no sense.
They are what rests. Like you. Rest. In me.
They are what rests. Of you. In me.
And so I know I'll have to write............. A lot............ More.

Look.These ones: ... are yours.

Wednesday, January 31, 2007

O que é suposto fazer agora?

Tantos amigos e obrigado por isso
Me dizem "ergue a cabeça, segue em frente.
Leva a vida para a frente"
Mas estarei eu de lado ou de costas
Para onde é suposto levá-la?

Eu sei lá para onde é a "frente"...

Friday, January 19, 2007

MÃE

Foi hoje.
"Pronto filho, não chores
Não te quero ver assim."

Eu adoro-te por tudo.
És enorme em mim.
Quero abraçar-te para sempre.
Quero estar seguro.

"Custa-me porque tu é que sofres.
Gostava que fosse diferente
Mas não é por mim."
É porque me vês a sofrer assim.
"É só por isso, meu amor.
É só por isso."

As poucas lágrimas que tens são a coragem que me dás.


Obrigado.

Thursday, January 18, 2007

...
Não me apetece viver agora.
Apetece-me viver mais tarde.
Mas não dá.
...

Tuesday, January 16, 2007

BAILARINA

Quero apoiar-me no parapeito da janela

Fazer pontas de bailarina e levar a ideia avante.

Desequilibrar um pé que se torce sobre si mesmo

Arrancando a cal do ponto onde peso

E de seguida, por solidariedade, vai o outro também

De suave movimento e de alívio, que grita.


Há ali uma estrela que deve olhar para mim.

Não sei se me vai dar valor enquanto plano

Sobre as imagens que tenho e sobre a pouca parede

Que fará parte das minhas mais recentes memórias.

E eu só queria poder dizer tudo.

Só queria que me compreendesses. Mas não tento.


Eu posso, mas não consigo. Estás tão alto.

É isso um pedestal, onde estás? Que mais ninguém vê

Senão eu? O pedestal onde toda a gente me julga um dia

Mas que eu não vejo? Ah porque é que eu tenho dois corações?

Porque é que te sinto duas vezes

Quando tu não me sentes nenhuma?


Não tento.


É noite, não me estou a sentir bem,

Sinto-me tonto, agoniado, tenho dores de não sei onde.

É porque me deito. É porque é à noite que me lembro

Mais de ti. A culpa é desta posição, horizontal.

É porque os pés estão mais altos que a cabeça.

É porque o sangue dos meus corações se aproxima do cérebro.


Como um rio, como algo que corre indiferente, como se fosse normal.

É quando me deito que me lembro de ti.

Preciso acordar mas não estou a dormir.

Quero que o rio desça e não desagúe em ideias.

Mas a tua imagem é nítida, é colorida e tem sorrisos.

Tantos sorrisos. A tua imagem é linda e é sublime e é clara.

Atraente.


E eu nunca vou estar lá.


Quero apoiar-me no parapeito da janela

Fazer pontas de bailarina e levar a ideia avante.

Tuesday, January 02, 2007

maS como?...



Sim
Quero-te lá
De ontem para cá
Espero beijar-te com os meus dedos
Luz em mim


Sim
Espero-te lá
Quando será?
Quero tocar-te com os meus olhos
Medo e fim

Sabes que sim

Não sei porquê


O que são as asas que vejo nos teus olhos?
senta-te ao meu lado. conta-me estórias.
fala-me de onde vens. diz-me quem tu és.
eu sei que és o que eu quero que tu sejas.
agora.
agora



Não!
Não agarres essa porta
Não leves a vida morta
Que se apoderou de mim


Não!
Dá a volta ao meu mundo
Procura-me lá no fundo
Porque sei que vais gostar de mim assim...


dá-me os teus dedos que falam por mim
dá-me o que tens dentro de ti
somos diferentes. tão iguais.

Sabes-me bem
Não sei porquê

Eu não sei...


Queres aprender-me?
Não há muito tempo...
Afinal foste tu embora.


como é que em meia-hora
me ofereceste dor à alma?
sinto que não te vou ver mais
sinto que vou continuar a sentir
agora.
e depois.


Portanto não vás...
Deixa-me olhar-te mais um bocado.
Não entregues esses teus dedos meus
ao fechar cruel dessa porta.

...


E tu não ficaste.

Não sei porquê.

Eu não sei...