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Friday, November 28, 2008

NÃO QUERO

Não quero ter-te nas mãos.
Não quero ideias tuas a fluir entre os meus dedos.
Dedos que levo à cabeça, com os quais tapo a cara
E com os quais me toco em segredo.

Não quero ter-te nos olhos.
Imagens tuas a inundarem um mundo contente
Que espera ansioso que eu o conheça.
E vai morrendo assim a minha gente.

Não quero mais ter-te na voz.
Não quero cantar-te num tom deprimente,
Ler-me nos teus olhos, ausente.
Jaz o tempo, morto, à minha frente.

Não quero noites surreais.
E não as quero reais, sequer.
Não quero noites sem dormir,
E não quero rimar mais.

Não foi aquela a última coisa que te escrevi.
Como deves já ter percebido.
A máscara que naqueles dias coloquei,
Deixou-me confiante. Depois perdido.
Sim, aquele "Ar" era mentido.

E eu, sou assim.
Não queria mais rimar.
Trocar ordem de palavras para deixar de te gostar.
Mas estás e existes como tudo o que eu vejo.
Tudo o que não querendo, eu trocava por um beijo.

Desculpa... mas não te quero conhecer.
Deixas-me perdido.
E eu não consigo viver sem que me faças sentido.

Monday, November 24, 2008

MENINA DA ILHA

Menina da ilha
Que sabes tão bem,
De quando da pedra se faz coração.

Menina da ilha
Que quando o mar de longe bate na pedra,
Sabes que são águas que te deitam ao chão.

Menina da ilha
Que sabes tão bem,
De quando do vento se faz perdição...
Como quando o vento de longe bate na pedra,
Te faz querer não ter coração.

Menina da ilha
Que sabes tão bem,
Quando tudo isso te faz chorar a noção
De que, menina da ilha, nos vamos embora...

Com a pedra, o mar e o vento, então,
Que de lá só nos tira quem nos ama,
Quem nos quer, quem nos leva à razão!

Se tu voltares um dia eu sei
Que hoje, não sabendo nada,
Ainda sei que já te amei.

Se for amanhã eu vou tocar-te
Como sempre te toquei.
Se for mais tarde apenas saberei,
Que de todos os que tive nos braços,
Por muito que acreditasse,
Foste tu que eu agarrei.

Se soubesses o que vejo em ti,
Fugias. Berravas. Tinhas medo de mim.
Tudo consequências do teu medo de ti.

Amizades, cigarros, vinhos e sorrisos,
Tive deles sempre mais do que os precisos.
Mas de ti, meu amor,
De pensamentos indecisos,
Não me basta a amizade,
Ou os cigarros que partilhas.
Não me bastam os sorrisos,
Ou os vinhos que desabafas,
Em mim.

Se tu voltares um dia eu sei,
Que hoje não sabendo nada,
Eu só sei que já te amei.

Saturday, November 08, 2008

Estou perdido.
No que escrevo.
No que digo.
No que canto.
Estou perdido.
Nas linhas anteriores.
No coração.
No ar.
Nos momentos meus.
Nos momentos vossos.
Estou perdido.
Mas ao menos não por ti.
Digo tanto e percebo-me tão pouco.

Estou perdido.
Mas encontrar-me-ei amanhã.
Ou depois.
Ou depois.
...
Ou depois.


Não encontro título para dar ao que escrevi.
Não tem. Não interessa ter. Faz parte.