Quero respirar sem que o espelho se embacie.
Que quando passe a minha mão pelo vidro não te tenha que ver a ti.
Somos parecidos, mesmo.
Gostava muito que saltasses para este lado, que viesses do longe em que estás.
Que me desses as mãos, que confiasses em mim ao ponto de saberes que te iria fazer feliz.
Ouvi dizer que ultimamente andas de mão dada com a melancolia.
Sabes?... O meu nome é mais fácil de dizer e por vezes consigo ser como ela.
Juro que sim.
Vivi de ti o mínimo que pensei que poderia viver.
E como gostei de te viver. De viver o teu espaço
E percorrer a superfície da planície que és,
Mesmo que por poucos minutos...
É horrível, o mínimo.
Tem o mesmo número de sílabas que o meu nome e tenho medo de me parecer com ele.
Juro que sim.
Há dois meses que não te vejo.
Hoje vi-te no espelho onde escrevo.
Não saltaste para cá. Não te mexeste sequer...
... mas caíste-me em cima.